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Os Gárgulas visitam Sócrates

 
Imbuídos pelo espirito excecional da época, os Gárgulas decidiram visitar o seu amigo José Sócrates que recentemente se viu detido de forma inesperada.
MR: Então sempre é hoje que vamos visitar o Sócrates?
PVD: Sim, meu filho.
MR: Eu sei que já discutimos isto, mas porquê que estamos a fazer isto?
PVD: Porque somos bons cristãos, meu filho.
Space Aye: Sim, sim, sim. Eu quero é ver como é que aquele tipo se está a sair na prisão. Será que ele já “apanhou o sabonete”?
MR: Sinceramente, Space Aye.
Space Aye: Foste tu que escreveste a piada, não fui eu.
MR: Isso não era para dizer.
PVD: Meus filhos, não devemos falar tais coisas. Eu, o PVD, não aprovo.
AR: Alguém me pode dizer onde é a casa de banho?
MR: Pergunta aí a um guarda.
AR: Pensando bem, esquece. Eu vou usar aquela aplicação que saquei no outro dia.
MR: Provavelmente não é de interesse para ninguém, mas que aplicação seria essa?
AR: ToiletMaps. Ajuda-nos a encontrar a casa de banho mais próxima.
MR: Eu ia perguntar porque é que tens uma aplicação para isso, mas lembrei-me que estava a falar contigo.
AR: Está bem, está bem. Já volto. (AR disse antes de ir á casa de banho)
PVD: Alguém viu o JF?
JF: Estou aqui! (Disse com uma moeda de 2€ na mão)
Space Aye: Agora que ele faz parte da classe média, isto já não faz muito sentido, mas pronto.
Um guarda aproxima-se e abre os portões.
Guarda: Podem entrar.
Os Gárgulas preparam-se para entrar conforme anunciado pelo guarda quando o mesmo os detem (com isto quero dizer para).
Guarda: Onde está o cartão de militante do Partido Socialista?
MR: Não tenho, nem nunca tive tal coisa. (Disse com um certo ultraje)
PVD: O único partido a que pertenço é o partido de Deus. Só voto N’Ele.
Space Aye: Nope, nada.
JF: Dá para descontos nas francesinhas?
Guarda: Não.
JF: Então não tenho.
Guarda: Ainda falta o que está na casa de banho. Ele tem cartão de militante do Partido Socialista?
MR: O AR pode ter muitos defeitos, mas ser militante do PS não é um deles.
Guarda: Então temo que não vos possa deixar entrar.
JF: Vá lá, sr. Guarda, não seja assim. (Disse JF mostrando ao guarda uma moeda de 2€)
MR: Com toda a certeza que isso não irá funcionar.
Space Aye: Ladies and gentleman, isto é a prova irrefutavel da ascensão de JF á classe média.
Paulo Portas: Alguém disse irrefutavel? Porque não dizer irrevogavel? É muito mais flexivel. (Disse após aparecer do nada)
PVD: Também foste preso?
Paulo Portas: Não, não, honoravel PVD. Eu só vim aqui para satisfazer a minha veia sadista e ver como está o nosso amigo, o ex-Primeiro Ministro José Sócrates.
MR: Não sei bem porquê, mas acredito na explicação dele.
Space Aye: Especialmente porque não há submarino que o arraste para o fundo do mar.
Guarda: Espere, vocês disseram que aquele senhor ali é o PVD?
Paulo Portas: É ele mesmo.
Guarda: Nesse caso podem entrar todos. Lamento imenso pelo incomodo. Sabem como é: regulamentos. Assim do nada dizem-nos para deixar entrar todos os socialistas que cá vierem.
E assim, os Gárgulas (- AR) e Paulo Portas entraram na sala de visitas onde os esperava José Sócrates.
José Sócrates: Ah, sejam bem-vindos meus caros. É um prazer recebe-los.
Space Aye cumprimenta José Sócrates com uma expressão que irradiava satisfação, já PVD irradiava compaixão cristã e um decerto bem-intencionado desejo de futuras contribuições para a sua paróquia. JF cumprimentou Sócrates enquanto contemplava a sua moeda de 2€, enquanto que MR redefiniu a expressão aperto de mão ao praticamente partir a mão de José Sócrates. Já Paulo Portas não o cumprimentou nem se fez anunciado, ficando escondido num canto.
MR: Então como é que a prisão o tem tratado?
José Sócrates: Nada bem. Veja lá que só fazem assado quando me vem visitar o Mário Soares! Sinceramente, onde é que já se viu tamanho ultraje?
MR: Folgo em ouvi-lo.
José Sócrates: Sinceramente, MR. Você continua a insistir nessa narrativa de que fui eu que provocou o seu despedimento? Eu esperava mais de si.
PVD: Meu filho, toda a gente sabe que só sabes mentir. Não vale a pena dizeres mais. Niguém acredita numa palavra do que dizes.
José Sócrates: Caro PVD, você deve saber que vale sempre a pena pelo menos tentar. Afinal você passa a vida a tentar converter ateus como o Space Aye ou o MR.
PVD: Se pões as coisas nessa perspetiva, suponho que até tens um ponto.
José Sócrates: Para além de que se começo a dizer a verdade agora, estou tramado. Imagine que me esqueço das mecânicas que mentir e omitir involvem. Isto para não falar da incrivel arte da meia-verdade.
Space Aye: Nunca pensei ouvir este gajo a ser tão honesto.
MR: Nem eu.
Após ter saido da casa de banho, AR entrou na sala de visitas. AR ia cumprimentar Sócrates quando viu uma das suas mais avassaladoras paixões, a cara de Paulo Portas.
AR: Portinhas!!! (Disse, perdendo o pouco juízo que lhe restava)
Paulo Portas: Oh não! Não este tarado!
AR: Volta aqui, Portinhas! Vamos ter um filho juntos! (Disse, agarrando em Paulo Portas)
Paulo Portas: Nem nos seus sonhos. Deixe-me em paz! (Disse, tentando soltar-se de AR)
MR: Porquê que ninguém mencionou que o que ele propôs é absolutamente ridiculo?
JF: Não sei. Isto não era o teu post?
MR: Eu já disse que isso não era para dizer.
Nisto, Paulo Portas solta-se e começa a fugir de AR que o persegue de forma frenética.
José Sócrates: Então, JF? Ouvi dizer que subiu á classe média. Parabéns! Suponho que finalmente tenha as tais desejadas moedas de 2€. Eu quero que saiba que sempre o apoiei neste seu sonho. Folgo muito em saber que finalmente as coisas lhe estão a correr bem.
Space Aye: Não acredites nele JF, ele é o motivo pelo qual tiveste que ir para Inglaterra para chegares á classe média.
JF: O que importa é que eles fazem conversão para Euros, senão aí é que estava fulo.
MR: Eu nunca te disse nada, mas acho que tens uma forma estranha de lidar com o dinheiro.
Space Aye: Não és o único.
MR: Está quase na hora de nos irmos. Antes de irmos embora, tenho algo para si. (Disse, revelando um livro embrulhado que trazia por debaixo da camisola)
José Sócrates: Posso abrir? (Disse, algo entusiasmado)
MR: Claro. Espero que seja do seu agrado.
Nisto José Sócrates abriu o embrulho de modo a descubrir que livro lhe fora oferecido. Ao desfazer o embrulho, Sócrates vê o titulo.
MR: “Fedon” de Platão. Espero que o divirta. (Disse, sorrindo enquanto Sócrates olhava petrefacto para o livro que tinha na mão, que relata o periodo antes da execução de Sócrates, o filosofo)
Space Aye: Não te esqueças de beber a cicuta.
PVD: Meu filho, até uma próxima. Lembra-te: quanto mais doares, mais Deus te ama.
JF acenou, enquanto que de AR e Paulo Portas nem sinal. E assim, os Gárgulas terminaram a sua visita a José Sócrates.

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