Pois é amigos gargulistas, eu, o PVD e o JF fomos ao cinema recentemente ver "A Casa Silenciosa". Pareceu-nos giro ver mais um filme de terror depois do "Insidious II", que o JF não gostou nada mas eu como estava com o período (?) agarrei-me à cadeira durante quase todo o tempo.
Desta vez conseguimos estar todos em sintonia: O filme foi de facto muito fraquinho.
Vejam o filme e digam-me se o realizador não podia ter feito muito melhor tendo este "facto verídico" como inspiração:
Na década de 40 no Uruguai, os corpos de dois operários foram encontrados dentro de uma casa em um pequeno vilarejo. Ao lado dos corpos a polícia encontrou várias fotos tiradas com uma máquina polaroide e desde então o caso se tornou um mistério.Devo dizer-vos que apesar de ter mudado o penso 5 minutos antes, não me surpreendi sequer em nenhum momento do filme. Segundo o PVD nada disso é surpreendente, tendo em conta que o filme era de muito baixo orçamento.
Eu pergunto-me o que será que eles inventaram como "custos" para pedirem o subsídio lá às autoridades dos States. Provavelmente nem foi preciso pedirem, deviam ter um mialheiro algures esquecido que deve ter chegado para pagar os candelabros (o único custo relevante do filme, segundo o PVD).
Mas deixemos-nos de conversas e vamos ao que interessa, porque já sabem que quando eu abro um post a falar de um filme nunca é uma referência engraçada para fazer uma critica social construtiva: é sempre para fazer o guião de um filme ainda pior (e olhem que este vai ser um grande desafio!). Mas como há sempre uma forma de ver as coisas do lado positivo, pelo menos não fomos ver (again) o "Destruir depois de ler".
Desfrutem:
A Casa da Gasosa
O filme começa com o papá PVD e a menina do papá MR a encontrarem-se e falarem de coisas que não têm nada a ver com o que vão fazer a seguir.
Papá PVD - Então querida? Já deixaste aquele stalker do facebook? Olha que ela anda a comentar muitas fotos tuas com o teu novo look...
Menina do papá MR - Oh, isso era o tio, ele às vezes faz umas piadas muito engraçadas -.-'
Tio JF - Quem eu?? Eu não fiz nada, estou inocente!!!
Papá PVD - JF, cala-te pá!
Menina do papá MR - Não consigo ver nada, não há luz?
Tio JF - Não, a EDP cortou-nos a eletricidade. Já não pagamos a conta há dois meses. Tentei enviar um email ao vereador Pizarro mas ele respondeu que "não é relações públicas da EDP", eu isso já tinha percebido...
MR - Que maçada...
PVD - Bem, não há problema que eu trouxe aqui a minha caixa de ferramentas: Isqueiro, botija de gás, panelas, lanterna, bússola, tenda (para o caso de não darem com os quartos), sacos-cama, colchonete, cobertores de lã, comida e bebida.
JF - Porque raio é que foste trazer isso tudo?!
PVD - Ando sempre com isto para todo o lado.
MR - Está ali um grande buraco na parede!
PVD (aponta a lanterna) - Realmente. Assim não vou conseguir arrendar a casa, raios pá! (começa a brincar nervosamente com o seu isqueiro a gás)
JF - Ah, isso? Devem ter sido uns desempregados que andam por aí. Não tinham nada que comer à noite.
PVD - Incompetente! Permitiste que isto acontecesse?!
JF - Não foi culpa minha, a casa está em nome de quem?
PVD - Não venhas com essas desculpas! Querida, vamos ter que ficar a resolver estas questões técnicas durante uma parte do filme.
MR - Ok, ok! Já sei, vou dar uma volta à casa a ver se me mete medo.
Menina do papá MR começa a percorrer o primeiro andar da casa com a sua lanterna até que houve baterem à porta e vai abrir.
MR - Sim?
Rapariga desconhecida - Olá! Não me conheces?
MR - Hum...agora assim de momento não estou bem a ver.
Rapariga desconhecida - De certeza que te vais lembrar de mim! AR, diz-te alguma coisa?
MR - Hum...AR...?
AR - Então não te lembras daquele verão lésbico que passamos juntas em 2004?
MR - Uh...não estou a ver não...Bom olha que tal então marcarmos um cafezinho para amanha as 17h, pode ser?
AR - Aceito! Até amanhã!
MR - Até amanhã, adeus!
Ufff, finalmente consegui despacha-la!, pensou MR
MR (ouvindo barulho lá em cima) - Papá?
Sobe as escadas ao seu encontro.
PVD - Querida, conseguimos finalmente tapar aquele buracão. Não tinhamos cimento, por isso usamos pastilhas elásticas, mas pegamo-nos novamente porque o teu tio miserável não é capaz de mastigar mais do que 5 pastilhas elásticas ao mesmo tempo em menos de um minuto. Um minuto! Faz-se muita coisa num minuto! Num minuto já teria mudado quatro lâmpadas! (Fica a praguejar sozinho).
MR - Que dois...nem parece que são irmãos...
MR continua a dar passos aborrecidamente na casa sombria até que olha em volta e não vê nem ouve sinais do tio ou do pai.
MR - Papá? Titi? Hello? Onde estão??
Continua à procura até que ouve a voz do pai.
PVD - Filha!
MR - Papá? Sabes do tio?
PVD - Sei lá, anda praí!
MR - Que fotos são estas?
PVD - Uh? Isto? Ah não tem importancia! É só...pornografia.
MR - Estou a começar a entrar em pânico, O-K?! Temos de encontrar o titi!
PVD - Sim, vamos à procura dele.
MR - Papá, da-me a mão, tenho medo!
PVD - Filha...não tenhas medo porque a casa não está assombrada, porque para ser assombrada teria que ter luz, e dado que não tem luz não pode produzir sombras, logo...Mas espera lá, há aqui um erro neste silogismo perfeito...O perfixo a...a-ssombrada, a-teísmo, a-religioso...NÃO...! ( musica de suspanse)
PVD - Bom, nevermind. A pedra é dura! Vamos em frente.
Mas eis que PVD não consegue ver os degraus das escadas e mal se afasta um pouco de MR cai e bate com a cabeça no chão. MR só consegue ouvir o barulho da queda.
MR - Papá?...Papá?!
Não obtém resposta
MR - Papá, estas a deixar-me bueee stressada! Vou ver onde é que tu estás.
Passado algum tempo, MR dá de caras com o corpo estendido de PVD, rijo como uma pedra.
MR - Papá!!!
MR fica aterrorizaada, mas tranquiliza-se um pouco ao ver que PVD ainda respira. Continua a ouvir barulhos estranhos e a vaguear pela casa.
MR - Estão ali umas garrafas de coca-cola. Estou a ficar com sede, vou beber uma.
MR pega numa das garrafas em cima de uma mesa, mas quando olha para o rótulo dá um salto para trás e emite um grito de terror avassalador. Tratava-se de uma garrafa...de pepsi.
MR - Horror!
Começa novamente a ouvir barulhos estranhos. Mas parece que eram só da sua barriga a dar horas.
Desta vez ouve Passos. Mas desliga a tv com o comando. Começa a ouvir Portas. Desliga o botão do rádio. Esconde-se debaixo da mesa. O seu corpo treme por todos os lados.
É então que vê finalmente algo de humano. Formas na escuridão! Pernas a andar. Era um senhor com uma bengala parecida com a dr. House.
MR vê o homem segurar uma menina em cima da própria mesa.
Homem (ou pernas de homem parecido com o Dr. House) - Vamos jogar a um jogo muito divertido. Vês? Eu disse que era bom.
MR treme apavorada, mas contem-se para não emitir qualquer som a fim de chamar a atenção da sua presença.
Momentos depois, as figuras desaparecem e MR regressa a solidão no escuro.
MR - Bem, vou continuar a correr e a fugir como fazem em todos os filmes de terror.
(10 minutos depois)
MR - Titi JF!!!
JF - Calma, menina! Eu não fugi.
MR - Titi, que fotos são essas?
JF - Fotos? Uh...ah! Isto...são do meu casamento.
MR - Qual casamento? Tu não casaste...
JF - Mas vou casar! Um dia. Estou a...ver fotos do meu futuro casamento, é isso!
MR não compreende nada mas depressa se esquece daquele momento.
MR - Encontrei o papá estendido no chão. Temos de fazer alguma coisa! Estou bueee stressada!
JF - Claro que sim.
MR - Eu acho que foram os desempregados. Está alguém cá em casa.
JF - Canalhas! Aprendam a trabalhar num call-center 3 horas por dia como eu!!!
Seguiram os dois de mão dada pela casa a apontarem para todos os cantos com a lanterna.
Derepente JF também desaparece.
MR - Titi?! Titi!!!
Subiamente, toda a configuração da casa se altera. O teto e as paredes começam a ganhar buracos estranhos por todo o lado. A casa de banho começa a ter o período pela sanita. MR fica completamente apavorada! Pior ainda quando vê AR na sua frente.
MR - ...Tu?
AR (ainda a apertar as calças) - Eu? Sou apenas tu! És tu quem está a fazer isto. Vê o que eles te fizeram.
É então que olha para as mãos e vê o taco um baseball ensanguentado. Apercebe-se que foi ela quem atingiu o pai e o tio.
PVD está atado e amordaçado no chão, já com os sentidos recuperados. JF a pouco e pouco também os recupera.
JF - Querida não tens de fazer isto!
MR - Ai não tenho? Porque não? Diz lá! Vamos jogar a um jogo...tenho a certeza que vai ser bom.
Pega no gargalo de uma garrafa de pepsi e tenta enfia-la na boca de JF, que tenta resistir.
Mas MR está com remorsos e ainda mal compreende o que está a fazer e o porquê.
JF - Não fiz por mal. A culpa é do PVD!
MR - Não fizeste por mal, pois...como explicas isto?!
Atira pelo chão as fotos que PVD e JF tiraram de MR durante a sua infância. MR a beber uma pepsi de litro e meio. MR no supermercado junto da secção das pepsis. MR a visitar uma fabrica de pepsis. MR a fazer pose junto da mascote da pepsi no Parque das Nações. E até MR a vaiar Cristiano Ronaldo em campo!
MR - Foi isto que vocês me obrigaram a fazer, seus trastes!!
Arranca a mordaça a PVD.
PVD - Au! Fizeste-me a barba. Agora vou ter de a deixar crescer por mais dois anos inteiros, damn!
MR - É isso que tens a dizer em tua defesa? - Pergunta MR com ar ameaçador.
PVD - Não! O teu tio é um idiota! Ele nem tinha coragem de beber a pepsi connosco, perferia ficar só a ver!
MR irrita-se ainda mais e começa a deitar tudo cá pra fora.
MR (vomitando) - Desculpem, caiu-me mal o almoço. Mas continuando, acham isto bem?! Acham que pepsi é o mesmo que coca-cola? Que seu sabor caramelizado e adocicado é minimamente semelhante ao da coca-cola a ponto de sequer lhe chegar aos calcanhares?! Acham bem a publicidade que a pepsi fez na Suécia a meter o bonequinho do Ronaldo atado numa linha de comboios? Mereciam levar três pirocadas do Ronaldo pelo cu acima como ele deu aos suecos!
PVD e JF não respondem pois sabem o que lhes pode acontecer em breve.
MR pega numa arma e aponta a JF.
JF - Calma! Antes de permires o gatilho, tenho aqui a minha defesa, escrita pelo meu advogado Space_aye. Diz aqui que eu não sou co-autor do crime de coação com recurso a pepsi engarrafada mas mero cumplice, na medida em que só tirei as fotografias e comprei as pepsis. Além disso estás a fazer uma alteração substancial dos factos a misturar isso tudo, o que diminui as garantias ao arguido.
Mas MR não se mostra com cara de quem está preocupada com o arguido ser sujeito ou mero objeto processual e mantém-no em mira.
JF - Querida, eu não tenho de morrer hoje. Há tantas coisas que ainda não fiz...Nunca bebi uma coca-cola de marca, nunca senti nos dedos uma moeda de 2€ na vida...
MR perpetra o final de filme mais óbvio possível. Aponta a arma a PVD e dá-lhe um tiro.
FIM
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