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Os portugueses e o bacalhau


Provavelmente vocês, jovens da minha geração, já devem ter perguntado muitas vezes porque razão têm de aturar a seca dos vossos pais relativamente ao bacalhau (mais uma de muitas, eu sei).
Porque é que eles gostam tanto daquele peixe asqueroso e vos obrigam a comê-lo nem que seja uma vez por ano no Natal?
Uma vez tentei descobrir e contaram-me que tudo surgiu quando o Salazar não tinha dinheiro para mandar cantar um cego (estranhamente tinha dinheiro para grandes obras públicas mas para o pobre do ceguinho nem uma esmola lhe dava), e então resolveu começar a financiar bacalhau importado das águas do norte para o povinho ter algo que pôr no tacho.
Mas porque o bacalhau?
Eu andei a pensar um pouco e descobri uma teoria para isso:
Como Salazar era mau e cheirava mal dos pés, tinha também cara de bacalhau. E como os ditadores são todos narcisistas e favorecem o culto á sua personalidade, Salazar entendeu que todos os portugueses deviam ter um Salazar diariamente na panela para se lembrarem de quem é que manda ali.
No início os portugueses odiavam bacalhau (só podiam, como se pode gostar daquilo?) mas com o tempo, eles passaram a adorar (há falta de melhor...) e aliás, ainda hoje tempo em que o bacalhau já não custa 2 tostões, têm saudades dele (tal como de Salazar), e sempre que podem, impingem-vos com ele.
Aliás, ainda hoje, o gosto pelo bacalhau é a única coisa que temos a ver com os países nórdicos.
Esta teoria faria sentido se, entre vários motivos para não fazer, não fosse extremamente parva e infantil, como aliás se vê pelo recurso ás expressões "era mau" e "cheirava mal dos pés", palavras que o vosso primo de 5 anos deve usar com alguma frequência para criticar alguém com quem embirra.
Mas se no Carnaval ninguém leva a mal, em Abril todos se estão a cagar se alguém disser mal de Salazar, aliás, acham todos muito bem.
E aqui está o meu belo contributo.

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